segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Shopping em Fortaleza utiliza estrutura de madeira em praça de alimentação


Estrutura de madeira de 4.500 m² será feita com madeira laminada colada. Vídeo mostra a sequência de montagem


Projetada pelo escritório La Guarda Low Architects e realizada pelos grupos Carpinteria Estruturas de Madeira e Moretti Interholz, a praça de alimentação do shopping Iguatemi Fortaleza que será entregue ainda este ano chama a atenção por ter uma cobertura de 4.500 m² feita inteiramente de uma estrutura de madeira.
A estrutura será feita de abeto (árvore conífera) usando a técnica da madeira laminada colada e, no total, serão utilizadas 1.200 m³ desse material, sendo toda a madeira proveniente de florestas de reflorestamento na Áustria.
Como explica Alan Dias, engenheiro civil, calculista e sócio-diretor da Carpinteria, "a escolha da madeira foi primeiramente estética, pois a ideia era trazer sua beleza ao local mais frequentado do shopping. Além disso, sabe-se que a madeira é o melhor material para vencer grandes vãos internos, por ser pelo menos 10 vezes mais leve que o aço e quatro vezes mais leve que o concreto armado". O vão da cobertura chega a 48 m.
O material foi especificado durante a concepção arquitetônica do projeto, pois não seria possível fazer as curvas com madeira maciça. "Neste projeto existem peças de seção 20 cm x 140 cm com 20 m de comprimento e curvada nas duas direções. Só com a tecnologia da madeira laminada colada, que possui lâminas finas que podem ser curvadas e coladas entre si, foi possível produzir tais peças", disse.
Todas as peças serão trazidas da Itália, num total de 40 contêineres. Segundo Dias, graças ao tamanho do projeto, os custos com o transporte e com impostos compensaram: "A indústria de madeira laminada colada no Brasil ainda está engatinhando para poder fornecer a quantidade de peças necessária no tempo previsto. Além disso, a tecnologia de produção na Itália está pelo menos 40 anos à frente da nossa, por isso compensou o custo de importação. Custou quase metade do que produzi-la por aqui".


Uma das grandes dificuldades em projetar estruturas curvas são as ligações. Na madeira existem diversas formas de unir as peças, como pregos, parafusos, barras, pinos, colas e chapas metálicas. No caso especifico desta cobertura, havia curvas nas duas direções, ou seja, as vigas faziam um "S", o que poderia gerar uma inversão de esforços de tensão e compressão em certos pontos da estrutura. Um dos cuidados, portanto, foi fazer uma pré-montagem da curva no chão antes de posicioná-la, para não haver nenhum erro de medida.
"Também procuramos travar as vigas pra evitar a flambagem lateral das peças de madeira, e especificamos contraventamentos com cabos de aço ou peças de madeira pra evitar a movimentação da estrutura devido à ação dos ventos", enfatizou Dias.
A montagem da estrutura foi feita com chapas de aço galvanizado nas ligações das peças de madeira, de espessura variando de 3/16" a 1/4", e foram utilizados pinos metálicos e parafusos passantes com porca e arruela. No resultado final, as chapas não serão vistas, pois estarão embutidas dentro da madeira.
A fixação da estrutura na fundação de concreto é feita por uma base metálica de aço galvanizado com 20 mm de espessura. Essa base possui duas linguetas que entram nos pilares de madeira, fixadas com pinos metálicos e parafusos passantes. Cada lingueta tem aproximadamente 1 m de altura, projetada para absorver uma porcentagem do momento fletor gerado pela estrutura de madeira.
Outra característica da base metálica é que ela eleva a base do pilar a aproximadamente 40 cm do chão, para que ela fique longe da umidade do solo, evitando um possível apodrecimento do pé do pilar.
A sequência da montagem das peças começa pelos dois pórticos centrais, com 48 m de vão livre. Depois de montados no chão e içados por guindaste, os pórticos são travados com as terças da cobertura e com os cabos de contraventamento. Eles são montados no chão e içados por um guindaste pra serem posicionados. Funcionarão então como uma "mesa", com os quatro pés apoiados no chão, dando rigidez para a montagem dos pórticos posteriores. Assim que todos os pórticos são montados, é feita a fixação das terças e das peças curvas para recebimento da cobertura de policarbonato.
A previsão é de que toda a estrutura esteja montada dentro do prazo de cinco meses.

quarta-feira, 11 de junho de 2014

Arena da Amazónia – Estádios da Copa do Mundo 2014

Arena da Amazónia - Estádios da Copa do Mundo 2014
Localizada em Manaus, no interior do Brasil, a cerca de 1500 quilómetros de distância da costa, a Arena Amazónia é um dos mais belos estádios da Copa do Mundo 2014. Projetada pelo atelier dearquitetura alemão Gmp e pela consultora de engenharia de estruturas Schlaich Bergermann and Partner em cooperação com os brasileiros da STADIA, a Arena da Amazónia foi construída sobre o antigo Estádio Vivaldo Lima (Vivaldão), possuindo uma capacidade máxima de 44 mil espetadores.
O design do estádio procurou, de forma eficiente, simbolizar a localização, no coração da floresta tropical amazónica, tendo em conta a diversidade natural e a a topografia do local onde se insere.
Um dos pontos distintivos da Arena Amazónia é a sua cobertura retrátil em consola, com elementos construtivos ocos, que têm simultaneamente funções estruturais e de drenagem. Esta característica é de importância fundamental numa zona húmida, de elevada pluviosidade.
O revestimento da cobertura, que se prolonga pelas fachadas do estádio, é constituído por elementos translúcidos de fibra de vidro que formam um padrão losangonal de cor branca.
A Arena da Amazónia foi dimensionada com sustentabilidade em mente, podendo vir a ser umas das primeiras estruturas do Estado do Amazonas a obter a certificação LEED (leadership in energy and environmental design). Neste âmbito houve preocupações especiais na utilização dos recursos hídricos, consumo de energia, gestão de resíduos e no reaproveitamento dos materiais provenientes da demolição do Vivaldão.
O estádio inclui também sistemas de recolha e utilização das águas da chuva e sistemas fotovoltaicos para iluminação.

sábado, 24 de maio de 2014

Neoprene na construção civil


   O neoprene é um elastômero resultante da combinação de uma fatia de borracha de policloropeno expandida sob alta pressão e temperatura, que quando vulcanizada é revestida com tecido dos dois lados ou de apenas um lado. Tem como características a flexibilidade, elasticidade, resistência, proteção térmica e é higiênico, podendo ser lavado após uso.
Os vulcanizados de neoprene apresentam boas características mecânicas e uma boa elasticidade a temperaturas baixas da ordem dos -40 °C, para além de serem muito pouco inflamáveis e apresentarem uma boa resistência a temperaturas por 100 °C ou, por breves períodos, de 120 °C. Aproximando-se da permeabilidade das borrachas de acrilonitrilo butadieno (NBR). Além disso, apresentam uma boa resistência química aos óleos parafínicos, uma média resistência química aos óleos nafténicos e hidrocarbonetos.
Por possuir grandes qualidade o neoprene pode ser fabricado em várias dimensões, de acordo com as normas do projeto. Graças a essa versatilidade o material passou a ser empregado no desenvolvimento de apoios de neoprene exclusivos e que certamente irão garantir um bom andamento durante a obra e máxima segurança após a finalização. A necessidade do uso de aparelhos de apoio de neoprene ocorre porque quando duas peças estruturais se apoiam uma sobre a outra, elas podem girar ou deslizar uma em relação à outra. Estes movimentos nem sempre podem ser absorvidos por alguma das duas peças, sendo necessário, para isso, um elemento intermediário entre elas, que é o aparelho de apoio. Os aparelhos de apoio de neoprene são desenvolvidos de forma a transferir esforços para o apoio de uma estrutura, respeitando as condições de estabilidade e movimentação previstas em seu projeto. Seu uso mais comum é para o apoio de superestruturas de pontes e viadutos, onde o uso dos aparelhos entre vigas e pilares possibilita a movimentação natural existente entre estes dois elementos, absorvendo os esforços horizontais e de rotações e transmitindo aos pilares os esforços verticais.
 Os tipos de neoprene fabricados são: neoprene simples, neoprene fretados (Aparelhos de apoio laminados. Mais comum na construção civil, em viadutos, passarelas, pontos ferroviários e rodoviárias. São feitos com aço carbono estrutural CF 2), neoprene deslizantes (Possuem uma placa de teflon (politetrafluoretileno ptfe) fixado ao elastômero fretado, permitindo deslizamento da superestrutura. Também pode ser feito com aço inox.), e o neoprene com abas (Desenvolvido para atender a necessidade do cliente cuja finalidade é de nivelamento do aparelho com preenchimento de groout (epoxi).)